sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A CULTURA RESISTE AO TEMPO!



125 anos de resistência na cultura Brasileira em Carmo do Cajuru, Minas Gerais. Em Brasilia as Familias Miranda e Oliveira viajam a mais de 17 anos para participar da festa para Nossa Senhora do Rosário, onde este ano a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário comemorou 125 anos de tradição desta festa que vem passando de Pai para Filho, na família Miranda do senhor Luiz Gonzaga Miranda ( Meu Pai), falecido no ano de 1987 passou o bastão de comando do Terno de Catopé para o filho Benedito Miranda (Dirceu), já na família Oliveira o bastão foi passado pelo Senhor Eli Benedito (Meu Tio) ao meu primo Carlos Henrique Oliveira, estas duas famílias que tem laços sanguineo de 1º grau viajam durante 17 anos rumo a cidade mineira de Carmo do Cajurú, representando a Capital Federal com muita fé e alegria, para reviver as alegrias de seus antepassados na festa para Nossa Senhora do Rosário. Durante quatro dias de Sexta a Segunda Feira cerca de 10 ternos de folia de reinado se encontram na cidade de Minas Gerais para fazerem a diferença na cidade, tocam seus tambores e gungas pelas ruas da cidade, vestidos a caráter, cada terno dentro de suas tradições dos antepassados em uma originalidade de muita cor e alegria, encantam moradores e comerciantes que das janelas com o terço na mão oram e comemoram o brilho dos ternos ao passarem por sua rua. Durante estes dias a cidade de Carmo do Cajurú vive um intenso movimento de turistas. Estive em visita ao Prefeito reeleito na cidade Cesar, que segundo ele, colocou a prefeitura a disposição da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário para que a festa de comemoração do aniversário de 125 anos fosse ao contento dos fiéis que participam deste momento católico da cidade. Na programação das festividades na sexta feira os ternos de Congo, Moçambique e Catopé erguem as bandeiras dos santos representativos da festa, Nossa Senhora, Santa Efigênia e São Benedito, santidades homenageadas nas festividades pelos ternos que participam da festa, na segunda feira descem as bandeiras e retomam seu cotidiano na esperança de conseguir as graças solicitadas a Nossa Senhora do Rosario nos quatro dias de muita fé pela cidade. Sem duvida alguma um movimento histórico no País e que mantem viva uma história desde os tempos de senzala dos antepassados da comunidade afro-brasileira, era comum perceber o cântico entre os ternos com a frase marcante do momento," NO TEMPO DO CATIVEIRO, COMO O SENHOR ME BATIA, EU GRITAVA POR NOSSA SENHORA, AI MEU DEUS! COMO A PANCADA DOIA", acompanhei nos mínimos detalhes todos os acontecimentos desta festa, pois estive juntocom minha familia participando do terno de Catopé de Brasilia na festa para Nossa Senhora do Rosário. Aproveito para agradecer em nome da comunidade afro-brasileira no Distrito Federal a minha família em Sobradinho e de meus tios Doralice Oliveira e Eli Benedito do Guará, que levam o nome de nossa cidade a Minas Gerais e bem representam nestes 17 anos o nome de nossa Capital. Parabéns a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Brasília pelos 125 anos de resistência e de união famíliar, passando de pai para filho uma tradição que só encanta nosso presente e abrilhantará com certeza nosso futuro, valorizando o passado. Espero que governantes locais olhem para estas familias como exemplo, para que possam exigir das escolas a implantação do cumprimento da lei 10.639 que obriga a execução de aulas dos temas afro-brasileiro dentro das salas de aulas, pois ainda outro dia em nosso debate da juventude realizado em Sobradinho, tive a oportunidade de perguntar para uma aluna que participava do debate quem era Zumbi dos Palmares, pasmem! Para minha surpresa a jovem dissse não saber quem era, é lamentavel que historias como esta que acabo de relatar e tantas outras não possam ser passadas aos jovens dentro das escolas no Distrito Federal.
Kico Locutor - Presidente da Acass II

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial